Curitiba/PR: Mais de 21,4 mil alunos frequentam as escolas municipais em tempo integral

Curitiba atende 21.466 estudantes em tempo integral em 89 escolas municipais. O levantamento da Secretaria Municipal da Educação revela que a cidade está perto de cumprir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), prevista para o ano de 2020. De acordo com o PNE, até lá, a oferta da educação em tempo integral deve ser de, no mínimo, 50% das escolas públicas e atender, pelo menos, 25% dos estudantes da educação básica. Para atingir este objetivo, são necessárias 93 escolas e 25 mil estudantes em Curitiba.

Música, dança, teatro, esportes, literatura, aulas de inglês e várias outras atividades pedagógicas e educativas enriquecem o aprendizado. “A dinâmica da educação em tempo integral promovida pela Prefeitura oferece oportunidades de aprendizagem por meio de práticas e vivências diversificadas”, explica a gerente da Educação Integral, Luciana Faria Okagawa, que trabalha com a modalidade há dez anos.

A proposta do tempo ampliado desenvolvido nas escolas da rede complementa, por meio de atividades lúdicas e práticas, os conteúdos abordados no ensino regular. “Esse conjunto de ações torna possível a formação integral do estudante, ampliando as possibilidades de aprendizagem”, diz Luciana.

Nove horas na escola

A oferta do tempo ampliado nas escolas evoluiu ao longo dos 27 anos em que a modalidade é oferecida. Além das escolas em tempo integral, as Unidades de Educação Integral, sempre associadas às unidades escolares, também oferecem atividades.

Atualmente, grande parte dos estudantes atendidos permanece nove horas diárias na escola. Eles têm o ensino regular num período e, no período contrário, participam de práticas educativas totalmente alinhadas com o currículo, conforme cada componente curricular.

As práticas são: Acompanhamento Pedagógico em Língua Portuguesa e em Matemática, Linguagem Artística, Movimento e Iniciação Esportiva, Educação Ambiental e Ciência e Tecnologia.

No contraturno, os estudantes têm um professor de referência da prática, que recebe formação ao longo do ano para que o trabalho pedagógico cumpra a necessidade de cada estudante.

A professora Daniela Feitosa Lima trabalha com a Educação Cultural e Patrimonial (Prática Artística), na Escola Municipal Tanira Regina Schmidt, no Abranches. “As atividades complementam a formação do aluno e dão ênfase às ações práticas que se voltam à formação plena e integral. São práticas importantes que ampliam o trabalho coletivo, em grupo, e a formação cidadã de maneira descontraída e prazerosa”, diz.

Entre os pais, a educação em tempo integral também tem grande valor. Para Roberta Regina Rodrigues da Silva, mãe de duas meninas que frequentam a Escola Municipal Prefeito Linneu Ferreira do Amaral, no Cajuru, a possibilidade de ter as filhas na educação em tempo integral é, acima de tudo, sinônimo de segurança, tranquilidade e oportunidade. “Tenho duas filhas, uma de 6 anos e outra de 9 anos. Por conta do meu horário de trabalho, elas não tinham com quem ficar e isso me angustiava. Agora sei que as duas estão num lugar que as pessoas cuidam, ensinam e dão condições de formação para que elas tenham um futuro melhor”, destaca.

Atendimento de qualidade

O resultado desse trabalho traz benefícios aos estudantes, mas é preciso “qualificar o tempo ampliado”, conforme alerta a articuladora pedagógica do Núcleo Regional Boqueirão, Maria do Carmo Schellin, “Os desafios e as possibilidades de ampliação de oferta de educação integral dependem de vários fatores complexos, que vão desde o investimento na estrutura física e de pessoal até questões mais técnicas, como formação inicial e continuada do professor, todos eles pautados no atendimento de qualidade”, afirma.

 

Além das dimensões pedagógicas, econômicas e de infraestrutura, Maria do Carmo salienta que a articulação entre os professores e a direção da unidade é parte fundamental do sucesso do tempo ampliado. 

O aprendizado da língua estrangeira e a leitura de livros de contos infantis são as atividades que a estudante Beatriz Pereira da Silva, de 8 anos, mais gosta de fazer no período da tarde, após as aulas. Ela é estudante da Escola Municipal CEI Raoul Wallenberg, em Santa Felicidade. A escola atende 370 estudantes em tempo integral.

“A gente almoça, lancha, participa das oficinas. Gosto muito das aulas de inglês porque aprendemos coisas novas todos os dias”, disse a menina.

A diretora da unidade, Maria Agostinha Drulla Felipe, explica que os estudantes desenvolvem as atividades curriculares num período e, no contraturno, participam de atividades lúdicas e extracurriculares. “Dessa forma, promovemos o processo de ensino e aprendizagem como um todo. Não é somente o ensino dos conteúdos das disciplinas, mas a formação como cidadãos, já que eles têm acesso ao esporte e à cultura”, destacou Maria Agostinha.

Na escola, as crianças participam de práticas artísticas, teatro, música, inglês, acompanhamento pedagógico de português, leitura, alfabetização e letramento, acompanhamento pedagógico de matemática, jogos, ciência e tecnologias, educação ambiental, práticas de movimento e educação esportiva. A articuladora da unidade de ensino Simone Cumin lembra que através do ensino em tempo integral as crianças têm acesso a uma formação cultural e melhoram as relações interpessoais.

“A implantação do ensino em tempo integral é importante para a formação da criança como um todo, não somente a parte de alfabetização”, diz ela. “Muitas vezes, os pais não têm tempo e condições financeiras de levar o filho a uma aula de música, de dança, prática de esporte. Então, essas necessidades são supridas através do ensino integral.” Além disso, explica Simone, na escola as crianças são acompanhadas por profissionais que dão um suporte em todo o processo de aprendizagem.

Mais 17 escolas

Neste ano, Curitiba aderiu ao programa Novo Mais Educação, do Ministério da Educação, com a inclusão de 17 escolas que garantem cinco horas semanais adicionais de atividades aos estudantes participantes das escolas. Com o programa, eles têm atividades em contraturno de acompanhamento pedagógico.

Viviane Prass, vice-diretora da Escola Municipal Rachel Mader, no Cajuru, uma das 17 escolas a aderir ao Novo Mais Educação, comemora a iniciativa como um benefício de toda a comunidade escolar. “Fazemos um trabalho diferente para atender os estudantes em suas necessidades mais específicas e a oportunidade de atendê-los com o acompanhamento pedagógico é um benefício que amplia as possibilidades de desenvolvimento”, afirma.

O Plano Nacional de Educação fixa número de atendimento dos estudantes em tempo integral apenas para o ensino fundamental. No caso de Curitiba, além destes estudantes, a rede municipal de educação atende durante o dia todo grande parte das crianças da educação infantil (do berçário ao pré). Atualmente, cerca de 32 mil crianças que frequentam os centros municipais de educação infantil permanecem na unidade por até 11 horas.

 

Fonte Oficial: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/mais-de-214-mil-alunos-frequentam-as-escolas-municipais-em-tempo-integral/41958.

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