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Supremo Tribunal Federal

Nesta quarta-feira (18), celebra-se o Dia do Orgulho Autista — uma data que convida à valorização da neurodiversidade, à promoção do respeito às diferenças e ao fortalecimento do direito à inclusão plena de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mais do que um marco simbólico, trata-se de um lembrete de que ser autista não é motivo de silêncio, mas de orgulho, visibilidade e pertencimento.

Para o STF, essa reflexão tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente institucional. E hoje, no Dia do Orgulho Autista, o Tribunal relembra as atividades em torno da campanha Abril Azul, realizada ao longo do mês de abril como parte do programa STF Sem Barreiras. A campanha reuniu uma série de ações voltadas ao público interno, com o objetivo de informar, acolher e tornar a Corte um espaço cada vez mais acessível para todas as pessoas.

Diante do aumento nos diagnósticos de TEA, inclusive na vida adulta, o STF compreendeu que ouvir quem vive essa realidade seria o primeiro passo para promover mudanças concretas. “Fizemos uma busca ativa para compreender como o autismo se manifesta no contexto do Tribunal e, a partir desse entendimento, tomamos todas as medidas possíveis para promover melhorias. Avançamos na construção de um ambiente mais inclusivo, mas sabemos que esse é um trabalho contínuo”, destaca Carina Lellis, coordenadora de Acessibilidade da SRS.

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Transformação na cultura institucional

A campanha Abril Azul envolveu ações focadas na conscientização e na construção de uma cultura institucional mais acolhedora. A primeira delas foi a realização de uma pesquisa interna, por meio de formulário voluntário, que buscou mapear a presença do autismo no Tribunal, identificar dificuldades enfrentadas no dia a dia e reunir sugestões para tornar o ambiente mais inclusivo. O canal serviu como porta de entrada para o diálogo e trouxe à tona relatos importantes sobre desafios, mas também sobre possibilidades.

Outro ponto alto foi a distribuição de cordões e pins de autoidentificação. Os cordões, com estampas que representam tanto o espectro autista quanto deficiências ocultas, foram oferecidos a servidores, colaboradores e estagiários autistas que quisessem sinalizar sua condição. Já os pins também contemplaram familiares de pessoas com TEA.

Brenda Saldanha, estagiária do Núcleo de Inteligência Artificial e Ciência de Dados do STF, que está no espectro autista, foi uma das pessoas que receberam o cordão e o pin da campanha. “Me senti extremamente acolhida — especialmente por estagiar de forma 100% remota. Foi aqui, no STF, que descobri que posso ser quem eu sou, que serei respeitada e acolhida. E, mais do que isso, que posso trabalhar com o que amo e nas áreas em que sempre sonhei atuar”, afirmou.

Protagonismo

Para alcançar ainda mais pessoas, foi lançada uma campanha de conscientização interna, em parceria com a Secretaria de Comunicação (SCO). O objetivo foi desfazer mitos, aprofundar informações sobre o TEA e combater o capacitismo, dando protagonismo às vozes que muitas vezes não são ouvidas. O destaque foi a matéria especial “Da invisibilidade à inclusão: a jornada adulta no espectro autista entre servidores do STF”, que trouxe relatos emocionantes de três servidores autistas — Luciana, Rogério e Fábio. Em histórias marcadas por descobertas tardias, superações e apoio institucional, eles ajudaram a mostrar que o autismo está mais presente do que se imagina.

Sobre as ações da campanha, Luciana Figueroa, servidora da Gerência de Legislação Pessoal com TEA que participou da matéria, reforça: “a acessibilidade é um direito que precisa ser assegurado por meio de políticas perenes, planejadas e monitoradas. Por isso, as ações da campanha Abril Azul são abordagens importantes para sensibilizar o Tribunal acerca de medidas de acessibilidade e de promoção de equidade”.

Aprendizado coletivo

O Abril Azul também proporcionou um momento de aprendizado coletivo com a palestra “Adaptações sociais às pessoas neurodivergentes no ambiente de trabalho”, ministrada por Gustavo Tozzi, psicólogo e referência nacional no tema. Mais do que uma aula, o encontro foi uma conversa sobre empatia, convivência e o papel das instituições na construção de espaços seguros e plurais.

Sensibilidade auditiva

Quando se fala em bem-estar, cada detalhe importa. Por isso, o STF passou a disponibilizar abafadores de ruído, voltados especialmente para pessoas com sensibilidade auditiva — algo comum entre pessoas autistas. Os equipamentos ajudam a reduzir estímulos sonoros excessivos e a proporcionar mais conforto ao longo da jornada de trabalho.

Espaço digital de acolhimento

Para fortalecer ainda mais os laços, foi criado um grupo no Teams exclusivo para pessoas neurodivergentes e seus familiares. O espaço tem servido como canal de apoio, troca de vivências e participação ativa nas ações de inclusão promovidas pelo Tribunal. A iniciativa, juntamente com a pesquisa e as demais atividades, resultou em um movimento crescente de autodeclaração de pessoas com TEA no STF — sinal claro de que o ambiente institucional está se tornando cada vez mais seguro e aberto.

As ações do Abril Azul mostraram que falar sobre neurodiversidade é mais do que necessário — é transformador. Ao promover escuta ativa, reconhecimento e medidas práticas, o STF dá passos importantes para se tornar, a cada dia, um espaço mais plural, acessível e empático. O compromisso com a inclusão não se encerra na campanha — ele segue firme na rotina, nos detalhes, nas atitudes e no cuidado com as pessoas.

Confira a página de acessibilidade do STF.

(Cairo Tondato//AD)


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Fonte Oficial: Portal STF

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