A inteligência artificial (IA) tem transformado diversos setores da economia, e a advocacia não é exceção. Ferramentas baseadas em IA já são amplamente utilizadas para automatizar tarefas jurídicas, otimizar pesquisas e aumentar a eficiência dos escritórios de advocacia. No entanto, essa revolução tecnológica também levanta questões sobre o futuro do papel do advogado e os desafios éticos e regulatórios que surgem com sua aplicação.
A utilização de IA na advocacia pode abranger desde a análise de contratos até a predição de decisões judiciais, reduzindo o tempo necessário para a realização de atividades repetitivas. Softwares de automação já são capazes de revisar documentos legais com alta precisão, proporcionando maior agilidade no trabalho dos profissionais do Direito. No entanto, a substituição completa do advogado ainda não é uma realidade viável, uma vez que a interpretação jurídica e a atuação estratégica exigem competências humanas que as máquinas não possuem.
Marcos Soares, especialista do Portal do Magistrado, comenta: “A inteligência artificial pode ser uma grande aliada dos advogados, mas não deve ser vista como uma ameaça. O diferencial continuará sendo a capacidade analítica, argumentativa e estratégica dos profissionais do Direito, habilidades que as máquinas ainda não conseguem replicar totalmente.”
No Brasil, o uso da IA na advocacia também enfrenta desafios regulatórios. O Código de Ética da OAB estabelece princípios que devem ser seguidos na prática jurídica, e a automação de determinadas atividades pode gerar debates sobre a responsabilidade profissional e a segurança das informações. Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe restrições ao uso de dados pessoais, o que impacta diretamente ferramentas de IA que processam grandes volumes de informações sensíveis.
Apesar dos desafios, a IA pode trazer benefícios significativos para a advocacia, permitindo que os advogados se concentrem em atividades mais estratégicas e analíticas. Escritórios que adotam tecnologia de forma responsável podem aumentar sua competitividade no mercado e oferecer serviços mais eficientes e personalizados para seus clientes.
O futuro da advocacia está na integração equilibrada entre tecnologia e atuação humana. A inteligência artificial não deve substituir o advogado, mas sim potencializar sua atuação, proporcionando inovação e eficiência ao setor jurídico. A chave para essa transformação será o investimento contínuo em qualificação profissional e o desenvolvimento de regulamentações que garantam a ética e a segurança no uso da IA no Direito.
