A construção de uma relação respeitosa e eficaz entre advogados e magistrados é fundamental para o bom funcionamento da Justiça. Embora atuem em posições diferentes dentro do processo, ambos têm papéis complementares na concretização do direito e na busca por decisões justas e equilibradas.
O ponto de partida para essa relação é o respeito mútuo. O advogado, como indispensável à administração da Justiça, deve zelar pela urbanidade em suas manifestações, mantendo um tom técnico, firme e respeitoso, mesmo diante de decisões desfavoráveis. Por sua vez, o magistrado, ao exercer sua autoridade, deve estar aberto ao diálogo jurídico e ao contraditório, pilares do processo democrático.
Marcos Soares, do Portal do Magistrado, afirma que “a boa relação entre juiz e advogado não significa proximidade pessoal, mas sim profissionalismo recíproco, com foco na causa e no respeito à função de cada um. Quando essa linha é bem definida, o processo flui com mais clareza e eficiência.”
Para o advogado, isso significa apresentar argumentos de forma clara e objetiva, evitar confrontos desnecessários e cumprir prazos e ritos com responsabilidade. Em sustentações orais, audiências e despachos, a comunicação deve ser direcionada ao conteúdo jurídico, evitando tons acusatórios ou desrespeitosos.
Do lado do magistrado, a escuta ativa e o reconhecimento do papel da defesa contribuem para decisões mais completas e bem fundamentadas. Quando há abertura institucional para o diálogo — mesmo que breve —, a confiança no processo se fortalece e todos os envolvidos se beneficiam.
Construir esse relacionamento saudável exige ética, técnica e postura. É dessa convivência equilibrada entre advocacia e magistratura que nasce uma Justiça mais célere, legítima e respeitada por todos.
