A Ação para Meninas e Mulheres do Marajó chegou à sexta etapa nesta semana, com a atuação de uma comitiva do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Afuá, município localizado no lado oeste do arquipélago, mais próximo ao Amapá. A missão inclui visitas e reconhecimento da região, coleta de informações e discussões sobre políticas judiciárias aplicáveis à região para o combate à violência contra meninas e mulheres.
A comitiva conta com o apoio do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), do Exército Brasileiro e de outras instituições parceiras. “Cada um de nós tem um papel a desempenhar na defesa de meninas e mulheres. A mudança que queremos para o mundo começa em mim, começa em nós. Então sejamos essa mudança!”, afirmou a conselheira do CNJ Renata Gil, coordenadora da Ação para Meninas e Mulheres do Marajó.
Uma roda de conversa reuniu, na quarta-feira (10/12), representantes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), do conselho tutelar, da defensoria pública, da promotoria e das forças policiais, que expuseram a realidade local, desafios e avanços que tem ocorrido na região. O encontro aconteceu na sede do Complexo de Atividades Emily Galfino (CAEG), organização sem fins lucrativos que trabalha com o acolhimento de crianças vítimas de violência.
A programação também incluiu uma “biciata” pelas ruas de Afuá, formada por centenas de pessoas em marcha pelo fim da violência contra meninas e mulheres. “Estamos aqui por vocês e com vocês, vamos mudar essa realidade: chega da violência!”, reforçou a ativista Luiza Brunet, no início da marcha que terminou na principal praça da cidade.
Na manhã da quinta (11/12), no Centro Folclórico Lagostão, representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário prestaram contas sobre as ações realizadas ao longo das últimas etapas da ação para Meninas e Mulheres. Entre as entregas está a instalação de Patrulhas Maria da Penha em todos os municípios visitados, além da integração entre órgãos que atuam em políticas públicas para mulheres com os que trabalham junto à infância, e entre os que desenvolvem ações voltadas aos direitos humanos.
“Se existe um projeto que funciona, nós vamos abraçar e impulsionar. Nosso papel principal do CNJ é fazer com a que a justiça seja prestada, que os processos sejam julgados e que as equipes tenham ferramentas para executarem seu trabalho”, concluiu a conselheira Renata Gil.
A agenda se encerrou em visita à sede do Coletivo Mamorana, composto por 40 mulheres que atuam num coletivo misto de negócios, serviços culturais e turísticos na ilha do Marajó. A organização fomenta a geração de renda a famílias que dependem do trabalho dessas mulheres que, em sua maioria, já foram vítimas de violência.
Por toda parte, por todas elas
A Ação Para Meninas e Mulheres do Marajó inspirou a instituição de um programa permanente de combate à violência contra mulheres e meninas. O programa Ação para Meninas e Mulheres — Por Toda Parte, Por Todas Elas foi instituído pelo CNJ na segunda quinzena de novembro deste ano e é destinado a articular ações interinstitucionais de prevenção e enfrentamento da violência doméstica, do feminicídio e da exploração sexual. O foco é a proteção integral de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social e climática.
Texto: Jônathas Seixas
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
Fonte Oficial: Portal CNJ
