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Advocacia Digital: Ferramentas e Ética no Atendimento Remoto

A transformação digital chegou à advocacia para ficar. Com o avanço da tecnologia e a consolidação do trabalho remoto, o atendimento ao cliente por meios digitais deixou de ser uma alternativa emergencial e passou a ser parte integrante da rotina dos escritórios jurídicos. A chamada “advocacia digital” exige domínio de ferramentas tecnológicas, mas também atenção redobrada às normas éticas que regem a relação entre advogado e cliente.

Plataformas de videoconferência, sistemas de gestão de processos e aplicativos de organização pessoal têm permitido maior eficiência e acessibilidade. No entanto, ao migrar para o ambiente online, muitos profissionais ainda se deparam com desafios como a preservação do sigilo profissional, a identificação segura do cliente e a formalização de contratos à distância.

Ferramentas que Transformaram o Atendimento Jurídico

Entre os recursos mais utilizados no atendimento remoto estão o Zoom, Google Meet e Microsoft Teams, que viabilizam reuniões com clientes, audiências virtuais e alinhamentos com a equipe. Além disso, softwares como Projuris, Astrea e ADVBOX ajudam na organização dos processos, controle de prazos e comunicação interna.

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A utilização de certificados digitais, assinaturas eletrônicas e armazenamento seguro em nuvem são fundamentais para manter a integridade dos documentos e garantir a validade jurídica das ações feitas à distância.

Contudo, o uso dessas ferramentas precisa estar alinhado com os princípios do Código de Ética da OAB, especialmente no que diz respeito à confidencialidade, urbanidade e zelo na prestação dos serviços jurídicos.

Ética e Responsabilidade no Ambiente Virtual

O atendimento remoto não afasta as obrigações de sigilo e diligência impostas ao advogado. Pelo contrário: em ambientes digitais, o risco de exposição de dados sensíveis aumenta, exigindo cuidado com conexões seguras, uso de senhas fortes e a preferência por plataformas criptografadas.

A publicidade profissional, também muito mais acessível em tempos digitais, continua sendo limitada pela OAB. O advogado pode divulgar seus serviços nas redes sociais e por meio de conteúdos informativos, mas sempre com discrição, sem mercantilizar a profissão ou prometer resultados.

A formalização de honorários, por sua vez, deve seguir as mesmas regras do atendimento presencial. Contratos podem ser assinados eletronicamente, mas precisam ser claros e objetivos quanto às condições, prazos e responsabilidades de ambas as partes.

Marcos Soares: “Tecnologia sem ética é risco; com ética, é evolução”

Segundo Marcos Soares, jornalista do Portal do Magistrado especializado na cobertura de temas jurídicos contemporâneos, a digitalização da advocacia representa uma oportunidade histórica de ampliação do acesso à justiça, mas não pode ser feita de forma desatenta. “Tecnologia sem ética é risco; com ética, é evolução. A advocacia digital exige um novo repertório de habilidades técnicas, mas sobretudo uma renovação do compromisso com os valores fundamentais da profissão. O advogado não é apenas operador de sistemas, é guardião de direitos — mesmo por trás de uma tela”, afirma.


O futuro da advocacia já está conectado. Para acompanhar essa nova realidade, é necessário mais do que domínio de ferramentas: é preciso responsabilidade, discernimento e um olhar humano para quem está do outro lado da conexão.

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